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  • Foto do escritorGiulia Kolokathis

Expectativas x Realidade: O Equilíbrio Crucial nos Relacionamentos

A tendência de criar expectativas irreais em relação aos outros pode ser uma armadilha perigosa e quando esperamos que eles nos preencham de uma maneira que só nós mesmos podemos fazer, estamos fadados à decepção.



Ao nos entregarmos a um relacionamento amoroso, é comum nutrirmos expectativas sobre como a outra pessoa deve agir, pensar e sentir. Muitas vezes olhamos para ela com lentes de supervalorização que exaltam as características positivas, colocam panos quentes sobre as negativas e fabricam qualidades que nem existem de verdade. Na paixão cega, surda, muda e inconsequente, o outro pode ser colocado num pedestal e, com ele lá no topo e nós lá embaixo, fica difícil nos relacionarmos.


Além de expectativas altas demais, também podemos esperar o pior dos outros, de nós mesmos e dos relacionamentos. Quem nunca sofreu de amor e sentiu medo de se aventurar em uma nova experiência, que atire a primeira pedra. Nesse caso ou no outro, quando estamos distantes demais ou completamente imersos na situação para enxergar as coisas como elas são, nos deixamos levar pelas nossas fantasias.


Mas, ora, fantasiar um pouquinho não é de tudo ruim. Com consciência ou sem consciência, nós também fingimos aqui e ali no momento da paixão. Querendo que o outro nos goste, escondemos falhas, encobrimos vulnerabilidades, guardamos certos segredos... Seja por autopreservação, medo de rejeição, sabotagem, desespero para namorar ou tudo junto e misturado, selecionamos o que queremos mostrar, o que o outro pode ter acesso sem que fiquemos prejudicados, expostos. Ninguém é 100% autêntico 24/7 e está tudo bem.


A paixão também precisa de um pouco de mistério.


Do mesmo jeito que colocamos expectativas no outro, o outro também coloca expectativas em nós. E nem sempre essas expectativas serão correspondidas. O problema delas é quando são irreais demais, distantes do concreto. Com isso, surge a frustração e a decepção, que podem levar a conflitos e desilusões.


No entanto, como há sempre o outro lado da moeda, um relacionamento sem expectativas parece ilusório, não é mesmo? Fazer planos juntos, desejar reciprocidade, querer ter segurança na relação, são exemplos de expectativas que podem ser saudáveis e plausíveis. Como dito antes, o X da questão não está no ato de esperar pela ocorrência de algo, mas no quão fidedigna essa espera é, pois quando esperamos que alguém nos complete, mude ou resolva os nossos problemas, colocamos uma pressão imensa tanto em nós mesmos quanto no outro.


Um dos maiores desafios nos relacionamentos é encontrar o equilíbrio entre as nossas expectativas e a realidade da outra pessoa e vice versa.


Aprender a gerencia-las pode ser libertador. Isso não significa que devemos parar de sonhar ou desejar coisas boas, mas sim que podemos ser mais flexíveis e realistas em nossas aspirações, compreendendo que nós damos aquilo que temos e conseguimos. O nosso melhor nem sempre será o suficiente para o outro e o melhor do outro nem sempre será o suficiente para nós. Ao ajustar nossas expectativas, podemos apreciar melhor o que temos e quem somos, valorizando as pessoas e as nossas relações como elas são. Fora que, quando estabelecemos parâmetros desejáveis e possíveis para os nossos relacionamentos, qualquer coisa não irá servir.

Psicóloga Giulia Kolokathis

 

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Instituto Bárbara Meneses

 

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