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  • Foto do escritorGiulia Kolokathis

Eu Gosto de Você, Mas...: Reconhecendo o Momento de Partir

O encontro com o outro, por vezes, faz a gente se desencontrar da gente mesmo. Sabe aquela paixão que tira o fôlego e o raciocínio, e nos deixa sem chão e noção? Então, nisso fica facin, facin perder de vista quem somos e o que realmente desejamos. Nos entregamos de corpo e alma ao outro, desejando que ele nos ame sem "mas", sem condições, e para isso, muitas vezes nos esforçamos para atender às suas expectativas e sacrificamos nossa própria identidade no processo. No entanto, a verdadeira intimidade só é alcançada quando somos nós mesmos, com nossas falhas, potencialidades, limitações e vulnerabilidades, e permitimos ao outro que ele seja autêntico também.



Certa vez, ouvi pelos caminhos da vida (talvez em alguma rede social) que maturidade é quando gostamos de alguém e, mesmo assim, conseguimos nos afastar quando a relação já não nos faz bem. Parece óbvio, mas pode ser difícil pra caramba colocar em prática, primeiro porque reconhecer o que não nos faz bem nem sempre é fácil, principalmente quando nos acostumamos a relações medíocres, superficiais, complicadas, conturbadas; segundo porque ir embora com determinação, abrindo mão das expectativas depositadas no outro e na relação, é um ato de coragem e muito amor-próprio.


Ouvi também que, do mesmo jeito que temos a tendência de questionar os nossos gostos, deveríamos questionar os porquês dos nossos (des)gostos. E eu não poderia concordar mais com quem me disse isso...


Aí encontro um terceiro porquê: a maneira como encaramos os fins de ciclos, a solitude e os seus significados determina, ou pelo menos influencia, bastante a decisão de nos afastar, vazar, partir, terminar. Se um término é visto como um fracasso, um insucesso no investimento de tempo, dinheiro, dedicação e amor no relacionamento, e voltar a estar na pista é vergonhoso e amedrontador, a probabilidade de permanecermos onde não cabemos mais é bem alta.


Eu gosto de você, mas não gosto de mim quando estou com você

Eu gosto de você, mas não consigo nos ver juntos no futuro

Eu gosto de você, mas não tanto quanto eu achava que gostava

Eu gosto de você, mas...


Quando um não quer, dois não se apertam pra fazer dar certo. E aceitar isso pode ser libertador. É um reconhecimento de que merecemos algo mais do que apenas o esforço de fazer algo funcionar. É sobre se respeitar e se valorizar o suficiente para escolher o que nos faz bem, mesmo que isso signifique estar só por um tempo.

Psicóloga Giulia Kolokathis

 

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